Antes, quando éramos só os dois e também quando passámos a três, criámos a tradição de enviar postais de Natal aos familiares e amigos. Sempre achámos que era uma forma mais carinhosa e com o nosso cunho pessoal que destoava dos (ainda) típicos sms com os mesmos votos.
De retorno recebíamos igualmente alguns postais que expunhamos com tanto orgulho no móvel do hall-de-entrada juntamente com o coro de anjinhos e telefonemas a agradecer que aproveitávamos, sem qualquer intuito neste sentido, para colocar a conversa em dia, agendar um almoço, um ai-vê-lá-que-até-parece-que-foi-ontem, ainda-tenho-aqui-guardado-o-teu-tupperware ou ainda um depois-no-Ano-Novo-diz-qualquer-coisa-pode-ser-lá-em-casa.
A D já com 1 ano começou logo a participar e fazia as suas pinturas de mão, que depois eu complementava com um poema (tradução: conjunto de palavras em rima) alusivo ao tema e o M contribuía com a sua assinatura e o típico comentário do não-sei-porque-é-que-um-simples-Feliz-Natal-não-é-suficiente.
No ano passado deixei-me disto.
Entristecia-me enviar os postais com uma assinatura a menos. Até porque significava que iria receber telefonemas a perguntar o que se tinha passado ou se o M estava fora como sempre.
Se hoje tal já não aconteceria, a verdade é que não tenho motivação para o fazer.
Recuso-me a enviar sms e não respondo aos vários que recebo, uns mais elaborados que outros, com rimas, anedotas ou imagens; começam a chegar no dia 23 e duram até ao dia seguinte, à hora em que as crianças já abriram as prendas e estamos juntos à lareira com o chá e a torta de cenoura da minha Mãe. E não é por desprezo mas por acreditar que a ocasião merece mais!
Assim, esta próxima semana vou aproveitar as viagens de carro e fazer alguns telefonemas.
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