Desde que estou separada, ou melhor, desde que estou resolvida que tenho vindo a ter a oportunidade de conhecer pessoas novas e maravilhosas. Aprecio este princípio de não negar à partida um homem que se desconhece…
É claro que aplico alguns filtros à partida, atenção!! Não vou sair com o agarrado do parque de estacionamento ou com…. o… o..… agora assim de repente não me lembro de mais ninguém..
E esta minha abordagem, estratégia, ou simplesmente insanidade proporcionou-me o meu primeiro blind-date, que tive hoje o prazer de experimentar.
E o que me levou a aceitar o seu convite foi o maravilhoso e-mail que me enviou e que revelou todo o cuidado, carinho (ou desespero?) e tempo que dedicou ao mesmo.
Com a sua autorização, e num voto totalmente cego de confiança, partilho contigo as palavras que me escreveu.
Vê se não é de qualquer uma se derreter….
Olá (rasurado)!
A Madrinha (chamemos-lhe apenas a M), teve a amabilidade de te “apresentar”, eu fiquei encantado com a ideia de te conhecer e tu mostraste a tua fibra e não recuaste diante do desconhecido. Promissor não achas? J
Digamos que não é a forma mais tradicional de conhecer novas pessoas, mas é uma forma, é um caminho! E elegantemente arranjaste um modo de trocarmos algumas impressões sem ter que enfrentar um constrangimento inevitável.
Aqui o constrangimento é encontrar o registo certo e fazer uma apresentação sem cair… em clichés
“adoro divertir-me, estar com os amigos, viajar…”
ou no anúncio
“sou um jovem, descomprometido, de bem com a vida,…”
ou no telegráfico
“Tenho 39 anos, sou divorciado, tenho um filho de 7 e trabalho como analista de negócio no sector bancário.”
ou no gosto/detesto
“gosto de pessoas sinceras, com sentido de humor, positivas e descomplicadas, detesto de falsidade, mesquinhice e inveja.”
ou na escolha única
“uma musica: One, U2
um livro: O memorial do convento, Saramago
uma viagem a fazer: Patagónia
uma cidade a visitar: NY
lema: ‘vive e deixa viver’”
ou em demasiados detalhes
“Cresci numa aldeia onde fui criado até aos 7 anos pelo meu avô Leitão – bem, não era meu avô mas para mim era como se fosse, e foi para mim uma pessoa muito importante, bonito por dentro e por fora, com imensas histórias para contar e que me ensinou a ler, escrever, pescar, caçar, nadar…”
ou no exagero
“o Mark Tawin baseou-se na história da minha infância para escrever o Tom Sawyer”
ou no filhocentrix
“o meu filhote chama-se (rasurado) e está no 3º ano, é um miúdo muito querido, traquinas qb, dócil e feliz, transmito-lhe muito amor que é retribuído em dobro, temos uma excelente relação!”
ou no CV
“licenciado em gestão, com pós-graduação em gestão de projectos e certificação pelo PMI, com vasta experiência em consultoria nos sectores financeiro e telecomunicações.”
ou na afirmação-pergunta
“Adoro bolo de chocolate! E tu?”
ou no tédio
“blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá,…”
ou em indiscrição
“e tu, conta-me tudo!”
e sem te fazer bocejar.
Felizmente que tens aqui um tipo que é nos grandes desafios que mostra o seu verdadeiro potencial e que obstinadamente procura sempre um caminho próprio.
E foi assim, surpreendentemente e sem dares por nada, que te fiz a minha apresentação, tudo o que disse atrás é verdade – excepto aquela do Tom Sawyer – Atenção, não confundir este género com o “é bom, pois foi?”!
O objectivo era também arrancar-te um sorriso, espero que o tenha conseguido e que tenhas um bom dia e bom início de semana!
Beijinhos,
(rasurado)
Interessante!
ResponderEliminarPromete...
Take it easy... mas vai em frente!
:P
Só espero que não seja como aqueles trailers de certos filmes... em que está tudo lá (no trailer), e o resto é paisagem.
Interessante!
ResponderEliminarPromete...
Take it easy... mas vai em frente!
:P
Só espero que não seja como aqueles trailers de certos filmes... em que está tudo lá (no trailer), e o resto é paisagem.
épa não vás em cantigas, o tipo está absolutamente desesperado!
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