O M. vai fazer 8 anos e continuo a ficar impressionada com a forma como repetimos com os nossos filhos alguns comportamentos que os nossos pais tiveram connosco.
Quando vem para casa com as provas de avaliação de Português, Matemática e Estudo do Meio (já não existe o Meio Físico e Social) todas com Muito Bom, dou por mim a responder-lhe que devia ter tido Excelentes.
Explico-lhe que sabemos, e que ele também sabe, que é capaz de fazer melhor, explico-lhe que os erros que fez foram por falta de atenção e isso é um desperdício de capacidades.
Quando podia obter Excelentes com uma perna às costas e não o faz, é um desperdício …
Eu lembro-me de não gostar nada de ouvir estes argumentos todos.
E depois dou por mim a pensar que somos muito exigentes, ele é excelente, já devora livros do Gerónimo Stilton, é interessado e tem facilidade em apreender conceitos novos e tem gosto por tudo o que esteja relacionado com a matemática (filho de peixe …), adora aprender… ficou aborrecido quando me recusei a explicar-lhe o que são os números imaginários.
Não temos de ser Excelentes a tudo quando temos apenas 7 anos, também tem de haver espaço para estar na lua, para ser irresponsável, para ser criança.
Com a ânsia de o preparar o melhor possível para a vida escolar e para a vida, não acabamos por lhes retirar espaço e tempo para serem apenas crianças?
Fazer asneiras, brincar, gastar horas sem objectivo nem propósito…
Vivo dividida entre a Cereja mãe exigente e a Cereja mãe compreensiva.
Não tempo experiência nessa área... acho que perfeitamente normal viver assim dividida... mas acho que desde que a divisão seja entre as duas mães é sempre bom... :)
ResponderEliminarCreio que é precisamente essa divisão que te permite encontrar o equilibrio...
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