quarta-feira, 29 de setembro de 2010

G de tango

É insanidade, não há qualquer sombra de dúvida.

São duas da manhã e cheguei agora casa. Estou sentada na minha cama a rabiscar estas palavras numa folha de papel, que agora transcrevo; não trouxe o portátil e não quero, não consigo, deixar de registar tudo que experienciei nestas últimas 3 horas.

Vou passar por cima de todos os pormenores de como conheci o G, há quanto tempo e quem é.
O que te quero contar... é que hoje fiz amor a dançar tango.

Foi uma sugestão que rapidamente passou a desafio e, sendo eu louca (comprovo acima e no decorrer deste texto), aceitei ou até na concordância, estimulei.

Faz forward, esquece as perguntas que lhe disparei para perceber o que se passava ali, se me estava a engatar, da diferença de idades, do objectivo, das segundas intenções, do porquê.
Nada disso interessa.
Se o G já anteriormente sugeriu o mesmo a alguém também não interessa.
A mim nunca me passaria pela cabeça aceitar um convite para dançar tango em casa dele; mas aceitei e isso também não interessa.

What really matters, e que quero guardar nestas palavras foi o flirt, a emoção e sensações, o quente da sua pele e da respiração, do toque das suas mãos no meu corpo, do seu olhar terno e desejável…enquanto dançamos tango.

É certo que ele é iniciado e eu nem aí chego mas não me vou preocupar ou desculpar com a expressão “dançar tango”. Estamos a dar passos de dança, a música que se ouve é de tango…que se lixe, era tango que dançávamos.

Ao falar do G, deixa-me dizer que estamos a falar de um homem que me estimula intelectualmente, que usa conjugações como “lembrar-te-ás” ou “dir-te-ia”, expressões como “não é bom, nem é mau, é o que é” ao mesmo tempo que me faz rir com qualquer disparate; interessa-se por fotografia, culinária, arte, viagens, dança, desporto; replica obras de arte e, mais espirituosa que modestamente, afirma ficar pouco aquém do original; que fala russo e mandarim e me envergonha com o meu francês; que tem olhos verdes e pestanas longas.

Ao som do tango… sinto na sequência de puxadas e rodadas, que o meu corpo reage ao sentir a boca dele tão próxima da minha, os braços a envolverem-me, o respirar na minha orelha, as mãos, pernas, braços…a envolverem-se com as minhas e meus.
As nossas coxas endurecem, relaxam e roçam-se ao longo da execução dos passos; o toque das mesmas com a tensão muscular nas mãos e braços para equilibrar e guiar o meu corpo, ao mesmo tempo que aproximamos e afastamos as faces, trocamos olhares intensos com aparente desconforto e esforçada concentração na minha aprendizagem…

Finalmente, a loucura da situação impôs-se, porque foi a primeira vez que estive com o G, e compeliu-me a insistir que tinha de ir embora.

Ao chegar a casa, passou-me pela cabeça ligar-lhe a convidar para ir ter comigo; mas não o fiz. Ao invés, procurei uma folha de papel e tentei descrever com o ridículo conhecimento da língua portuguesa que me assiste – e que fica seguramente somenos à emoção sentida – o final desta noite.

Arrisquei uma aventura e ganhei momentos que fazem a vida; que guardarei na memória e orgasmaticamente no coração!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

blind-date com mediadora

Desde que estou separada, ou melhor, desde que estou resolvida que tenho vindo a ter a oportunidade de conhecer pessoas novas e maravilhosas. Aprecio este princípio de não negar à partida um homem que se desconhece…

É claro que aplico alguns filtros à partida, atenção!! Não vou sair com o agarrado do parque de estacionamento ou com…. o… o..… agora assim de repente não me lembro de mais ninguém..

E esta minha abordagem, estratégia, ou simplesmente insanidade proporcionou-me o meu primeiro blind-date, que tive hoje o prazer de experimentar.
E o que me levou a aceitar o seu convite foi o maravilhoso e-mail que me enviou e que revelou todo o cuidado, carinho (ou desespero?) e tempo que dedicou ao mesmo.

Com a sua autorização, e num voto totalmente cego de confiança, partilho contigo as palavras que me escreveu.
Vê se não é de qualquer uma se derreter….


 
Olá (rasurado)!
A Madrinha (chamemos-lhe apenas a M), teve a amabilidade de te “apresentar”, eu fiquei encantado com a ideia de te conhecer e tu mostraste a tua fibra e não recuaste diante do desconhecido. Promissor não achas? J
 Digamos que não é a forma mais tradicional de conhecer novas pessoas, mas é uma forma, é um caminho! E elegantemente arranjaste um modo de trocarmos algumas impressões sem ter que enfrentar um constrangimento inevitável.
 Aqui o constrangimento é encontrar o registo certo e fazer uma apresentação sem cair… em clichés
adoro divertir-me, estar com os amigos, viajar…

ou no anúncio
sou um jovem, descomprometido, de bem com a vida,…

ou no telegráfico
Tenho 39 anos, sou divorciado, tenho um filho de 7 e trabalho como analista de negócio no sector bancário.

ou no gosto/detesto
gosto de pessoas sinceras, com sentido de humor, positivas e descomplicadas, detesto de falsidade, mesquinhice e inveja.

ou na escolha única
uma musica: One, U2
um livro: O memorial do convento, Saramago
uma viagem a fazer: Patagónia
uma cidade a visitar: NY
lema: ‘vive e deixa viver’

ou em demasiados detalhes
Cresci numa aldeia onde fui criado até aos 7 anos pelo meu avô Leitão – bem, não era meu avô mas para mim era como se fosse, e foi para mim uma pessoa muito importante, bonito por dentro e por fora, com imensas histórias para contar e que me ensinou a ler, escrever, pescar, caçar, nadar…

ou no exagero
o Mark Tawin baseou-se na história da minha infância para escrever o Tom Sawyer

ou no filhocentrix
o meu filhote chama-se (rasurado) e está no 3º ano, é um miúdo muito querido, traquinas qb, dócil e feliz, transmito-lhe muito amor que é retribuído em dobro, temos uma excelente relação!

ou no CV
licenciado em gestão, com pós-graduação em gestão de projectos e certificação pelo PMI, com vasta experiência em consultoria nos sectores financeiro e telecomunicações.

ou na afirmação-pergunta
“Adoro bolo de chocolate! E tu?

ou no tédio
blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá,…”

ou em indiscrição
e tu, conta-me tudo!

e sem te fazer bocejar.

Felizmente que tens aqui um tipo que é nos grandes desafios que mostra o seu verdadeiro potencial e que obstinadamente procura sempre um caminho próprio.
E foi assim, surpreendentemente e sem dares por nada, que te fiz a minha apresentação, tudo o que disse atrás é verdade – excepto aquela do Tom Sawyer – Atenção, não confundir este género com o “é bom, pois foi?”!

O objectivo era também arrancar-te um sorriso, espero que o tenha conseguido e que tenhas um bom dia e bom início de semana!

Beijinhos,
(rasurado)

mergulho

Hoje recebi um e-mail muito especial. Avisaram-me que assim seria e de facto, assim foi.
Especial porque expressa um tormento de sentimentos e emoções intimas vindos de uma pessoa, que apesar de não me ser muito próxima, tem-se vindo a aproximar.

Logo hoje que te queria falar de um amigo meu e da sua erecção que chega ao umbigo, que tive o prazer de constatar, acabo por ter o pensamento e o coração ocupados com o e-mail que recebi.

A problemática não é original e atinge-nos a todos, mais dia menos dia. O que fazemos depende da nossa personalidade, das experiências que nos moldaram, da educação que os nossos pais nos deram e, basicamente do nosso carácter.

Acredito que a honestidade é o pilar de qualquer relação e, cliché ou não, certamente que concordarás comigo; quer seja entre amigos, entre amantes, entre pais e filhos, inclusive entre relação prestador-de-serviço e cliente. No entanto, por vezes, por muito que sejas honesta a mensagem não é totalmente compreendida; ou porque o emissor não se expressou da melhor forma e o cuidado de não magoar, alterou o sentido e o objectivo da mensagem, ou porque o receptor - não sendo de todo burro - guarda, no seu intimo, um desejo, uma esperança que a coisa se transforme e que o outro acabe por mudar.

O meu amigo, que escreveu o e-mail especial, não está preparado para se entregar numa relação. E isto, é um facto.
Posto isto, e não obstante, resta dizer que iniciou uma relação (e por relação entenda-se amizade, proximidade, sexo, foda - é diferente da anterior, paixão, namoro, whatever) com uma pessoa que está livre ou ansiosa de se relacionar com ele.
Isto, assusta.
Claro.

Mas então o que fazer?
Abordar a rapariga e dizer-lhe "tem calma, não me telefones, eu telefono" e deixar passar uns dias para perceber melhor o que se passa? É certo que esses dias vão provocar dor na dita mas pode ser o suficiente para arrefecer a coisa... Na minha opinião? Não se faz!

Aproveitar a dádiva, de ter uma amiga ou uma boa foda (se for o caso), descontrair e aproveitar o máximo que se possa, não revelando os seus receios, até que um dia se perceba afinal o que se quer? Na minha opinião? É cruel; dá-lhe a ilusão que estão a viver um grande amor, permite que ela se entregue e na realidade, qualquer dia pode sair fora, sem aviso prévio; não o faças!

Então.. e porque não me ocorre mais nenhum cenário, volto ao pilar da relação: honestidade. Na minha opinião? (e atenção que as opiniões valem zero!!!) Falar com ela. Explicar-lhe que tem de perceber as suas emoções, os seus receios; que traz bagagem; que este novo caminho ainda não o percorre totalmente seguro de o querer fazer; que pode eventualmente querer voltar atrás ou mudar de percurso; que entende o potencial da relação, que se sente grato pelo carinho e entrega manifestadas mas a desilusão ainda o acompanha, apesar de resolvida; que se sente condicionado pela dor passada e que isso condiciona a sua própria entrega; que, caso ela esteja disposta a aceitar e a arriscar, será uma relação desequilibrada; em suma, conversar com ela.
É verdade que no fundo, apesar de as suas palavras serem totalmente compreensíveis, ela pode acreditar que com o tempo e o amor que está disposta a dar, que ele pode mudar. E sabes? isso pode realmente acontecer; se assim for, ficarei contente por ele; senão, e se ele ficar bem, também ficarei contente por ele. O importante, e que ninguém lhe tira, foi ter sido honesto com ela; não simplesmente sincero, honesto!

De uma forma ou outra, what really matters é olharmo-nos ao espelho, percorrermos o nosso rosto com o olhar, adivinharmos a alma que guardamos e sentirmos orgulho de quem somos.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Por falar em sapatos


Estes foram os escolhidos para o evento.

Foto-reportagem da minha aventura no trail

Trilhos por onde andámos


A vista do ponto mais alto



Quedas de àgua (Fraga da Pena)

Pontes


E mais trilhos


As imagens são da inteira responsabilidade do meu "treinador".

domingo, 26 de setembro de 2010

borga T?

Eu e a T no carro, a caminho do baptizado, com os nossos filhos atrás, entretidos à procura de algum sinal de festa.
Olhamos uma para a outra e em simultâneo assentimos na falta de ânimo.
- agora enfrascava-me...
- docas? - desafio-a sem esperar resposta.

Prosseguimos o caminho e chegamos ao local da festa; estaciono, saímos e a T fuma um cigarro; continuamos a olhar uma para outra, sem vontade de ir e combinamos que voltamos cedo para minha casa, onde ela deixou o carro.

Na festa não temos ninguém para descansar a vista, à excepção de um bebé de 25 anos, irmão de uma amiga nossa. A falta de entusiasmo é tão grande que só comentámos no final, em jeito de confirmação:
- viste alguma coisa de jeito?
- nada..

Cumprimos o nosso dever, vigiámos as nossas crianças, bebemos coca-cola, fizemos conversa e desejámos rápidas-melhoras e boa-viagem.
O investimento do vestido, sapato de agulha, penteado, manicure e pedicure resumem-se a umas horas de divertimento por parte das crianças.

Esta cena é quase tão frustante como escolher uma lingerie que, ao ser despida, nem sequer é reparada..

Prazer de correr

Foi muito bom, espectacular, adorei!
Antes de mais quero explicar-te que o trail running é basicamente corrida por trilhos de montanha, acabamos por andar por zonas lindíssimas, de dificil acesso e que por isso escapam à maioria dos visitantes.

Fizemos 250 km até à na Benfeita perto de Coimbra para correr 10,km em 2h15.
Para teres uma ideia, quando vamos treinar na marginal fazemos 7km em 50 minutos, é claro que os profissionais destas provas correm o percurso todo, segundo me disseram, mas eu ainda não tenho treino suficiente para isso (ainda .... ).

O V. ia a fazer de treinador, “pisem com o calcanhar”, “cuidados com estas lages” … fartou-se de anunciar a todos que era a minha estreia, estava orgulhoso.

É muito mais estimulante do que correr em alcatrão, andamos a oscilar entre as subidas em que esforçamos os gémeos e as descidas em que esforçamos as coxas e umas corridinhas pelo meio para descontrair as pernas.

Andámos sempre acompanhados pela Françoise que também era novata nestas provas, deu para correr, andar, apreciar a paisagem, cair (nada de grave, só tenho a mão negra) e até comer amoras pelo caminho.

Todos deviam experimentar uma prova destas, mesmo que o façam na desportiva, sem pensar em resultados, vale a pena só pela experiência.

Amanhã vou tentar colocar fotos para te mostrar o percurso.

Estou muuuuuuito cansada e como dizia o poeta” dói-me a cabeça e o universo”, mas é um cansaço bom, prazeroso.
O que é preciso para fazer vida disto?

há manhãs perfeitas

Hoje fomos dar uma voltinha de bicicleta na marginal. Eu de calções e boné e a minha pequenina, no assento que mandei fazer atrás, de capacete, calças de fato treino, casaco, ténis e óculos de sol. Vou sempre no passeio e peço à D que se segure bem pois, com a confiança já só vai com a uma mão a agarrar-me a t-shirt.
Enquanto a D canta "domiiinó é p'ra jogaar, rééégua é p'ra mediiirr, miii..nas são p'ra explooorar, ...." eu perco-me nos meus pensamentos....

Está vento mas o sol ainda convida o passeio na praia e as pessoas aproveitam para os últimos banhos de sol, torneios de futebol, surf, caminhadas, ou simplesmente tomar um café na esplanada.
A D convence-me a ir molhar os pés nas "piscinas" que a maré vaza deixou; convence-me também a tirar-lhe a roupa toda à excepção da cuequinha do ruca; corre, começa por salpicar-se até que acaba por ficar toda molhada; não me importo.. está tão contente.

São coisas tão simples... e dão tanta alegria a uma criança; a minha filha linda..

Olho à volta e congratulo-me pela vida que alcancei; pela liberdade que possuo: financeira, social, familiar.... os amigos maravilhosos que tenho, a minha familia, pela ideia de comprar uma bicicleta em 2ª mão e fazer algum exercicio, por uma casa com paredes pintadas, ter poder de escolha, por ter orgulho, providenciar educação à minha filha, de ser amiga e generosa, de querer viver.

Voltamos a casa, não sem antes pararmos no jardim nas traseiras da nossa casa e a D oferecer-me uma flor; abrimos a porta e a D fica entusiasmada com o cheirinho da canja que comecei a fazer de manhã.
Tomamos banho juntas, e abraçadinha a mim, com a água quente a correr nos nossos corpos, diz-me que quer ficar sempre assim; a minha filha linda...

Agora vamos comprar massa de letras.

palavra, palavrinha, palavrão

Tu sabes que eu antes não era nada de palavrões. Mas agora... ando com um gostinho especial; sabe-me bem!! por vezes, a única forma de descrever realmente algo é com um verdadeiro palavrão. E verdadeiro porque há daqueles a ameaçar mas na realidade não o são, tipo vai-levar-lá-no-sitio; .. no sitio? Oh pá... vai-levar-no-cu-caralho-te-foda!! agora sim! já deitaste tudo cá para fora, e podes seguir a tua vida de cabeça inclinada!

Juro que antes não era assim!
E isto começou com a T (que é do Porto, e isso explica muita coisa) que entre nós.. dizia com cada uma...
o pessoal achava graça e tal mas ninguém repetia; aliás, só à T é que ficavam bem aqueles palavrões; e se fosse preciso justificá-la, tínhamos a desculpa de ser do Porto, lá está!

Agora é cabrão para a frente, cabrão para trás! é a melhor forma de descrever alguém que não podes ver nem pintado. Se lhe tiveres um pó de morte, podes dizer cabrão-de-merda ou ainda cabrão-de-merda-caralho-te-foda! ahhhhhhhhhh...... assim sim!

E fazer o dedo? Juro que o fiz na vida duas vezes! as tentativas anteriores eram uma desgraça e trocava-me toda com os dedos; mas assim que me senti preparada, inconscientemente, o dedo estica-se-me da mão com toda a naturalidade e espeto-o à frente de quem bem merece: o M que andava a passear de mão dada com a namorada no dia seguinte a querer se enrolar comigo, e a uns parvalhões que passaram de carro a gesticular a língua!

ah M, que ganda melão o teu!!! caralho-te-foda!!

sábado, 25 de setembro de 2010

Silêncios

Estamos sozinhos em casa em preparação para a prova de amanhã que fica fora de Lisboa.
Não consigo evitar o cliché, mas faz-me imensa confusão a casa estar assim silenciosa.
Sinto falta das vozes e dos risos das minhas pestinhas, apesar de ainda esta tarde me terem conseguido tirar do sério várias vezes com as discussões constantes.

Agora vou-me deixar de tretas e aproveitar o tempo a dois :)

Amanhã volto para te contar como correu a minha primeira prova de Trail!!!!


Capitão, posso saber como é que chegou até nós?

ice-flour-tea

- Mamã!! trouxe-te um ice-tea e já enfeitei e tudo!!!
- ahhhhh......que boommm filhaaaa....






anúncio

- Mamã tens de pedir ao Papá para pôr uma sementinha na tua barriga para eu ter uma mana..
- mas filha, tu sabes que o Papá já não é namorado da Mamã...
- mas tens Mamã, tens! então pode ser outro namorado.
- oh querida, mas primeiro tenho de o encontrar e tem de ser especial; onde é que vou encontrar um namorado especial para viver connosco?
- Mamã, não sei, no supermercado, na praia...tens de procurar!


"Procura-se homem para relação séria e duradoura, amigo, bem-disposto, companheiro, altruísta, generoso, carinhoso, bom na cama, capaz de amar incondicionalmente mulher madura e criança como se fosse sua, isento de capacidades egoístas e imaturas,.. ".. de certeza que há disto por aí ao pontapé...!!

Conversas com a M

Hoje ao jantar falámos sobre a M. se ter portado menos bem na natação porque não lhe apetecia fazer o que a professora mandava.
(...)
- aquelas placas estavam maduras e magoavam-me os braços - diz-me a justificar-se
- maduras ? como assim?
- sim, maduras - repete já a ficar irritada
- não percebo, dá-me um exemplo de uma coisa madura.
Levanta-se da mesa e volta com um livro na mão.
- Este livro, vês, é maduro mas é fofinho
:)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

tenho sede!

Em conversa com uma amiga minha sobre gaijos, diz-me que desde que me separei que estou mais interessante.
E aquilo, que ficou por ali mesmo... ficou a remoer...e passou de uma leve observação a uma incómoda e persistente pergunta: estarei de facto diferente?

E sabes..estou. Mas não mais interessante; interessada! viva; desperta; curiosa; sedenta! de pessoas, de experimentar e conhecer, ousar e surpreender. de viver!

E olhando para o meu reflexo no espelho de um passado recente, custa-me a admitir que não era feliz. E não sabia. Não me atrevia a questionar a minha vida. E porquê? Porque estava sempre à espera e essa insatisfação, pensava eu, era natural. Se ele estava fora, eu esperava. Se ele tinha de estudar, eu esperava. Se ele estava cansado, eu esperava.

Agora..agonia-me esperar para concretizar seja o que for. Tem de ser agora; tem de ser neste momento; tenho de saber e conhecer e viver já! tudo! tudo que me é devido; tudo pelo que afinal esperei e no fim... não chegou.

A minha receptividade é tão intensa, que se sente, que se materializa numa nova projecção do meu eu.

acne

Tenho um ex-amigo colorido aqui entranhado na pele tipo ponto-negro.
Mas qualquer dia extraio-o à força! Vai com exfoliante e máscara-de-argila tudo à mistura, mas que sai..sai!

É daqueles amigos que só é amigo dos seus amigos e não sendo meu amigo....

Não estou interessada.
Thank's but no thanks.

Para todas as mães

Descobri este video lindo.
http://www.reflectionsofmotherhood.com/ (não consegui carregá-lo).
Perguntaram a várias mães o que diriam a si mesmas, se pudessem voltar atrás, antes de terem o primeiro filho :)
Eu revejo-me nestas respostas:
- This too shall pass
- You will make mistakes
- Nobody really knows what they're doing
- You are about to meet true love
- Sleep now
E tu?
(É certo que é lamechas e nem parece meu, justifica-se pelo adiantado da hora)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

J o bufo

Hoje telefonei à directora da escola de onde a minha D saiu este ano, a perguntar se podia levar o filho e fazer uma surpresa à D na escola nova.
É que a D adora este menino e são, segundo ela e ele, namorados.

Ora a caminho da escola, com o pequenote lá atrás faço conversa:
- então J brincaste muito hoje?
- sim! sabes que a D já me deu beijinhos na boca?
- ah sim?! (QUÉÉÉÉ?!?!?)
- sim, já conseguiu dar-me um beijo na boca e dois nas bochechas. E o M está sempre a dizer "vamos brincar aos beijinhos na boca"!!
- então mas vocês ainda são pequeninos para darem beijinhos na boca.... (SE EU APANHO ESSE TAL DE M!!!!)
- pois é; ele é que está sempre a dizer isso; eu não digo nada..

JASUS!!!
Será que daqui a uns anos a história repete-se e há um gaijinho qualquer que me diz que a minha filha já lhe tirou a virgindade...??

Tigresa, Tigresa!

Os primeiro sapatos são mais giros, mais fashion, mais tcharan ... mas é claro que depende do tom de castanho.
Agora tens de mostrar o vestido :)

FO..

..DA-SE! Mas será que uma rapariga não pode ir correr para a marginal sem levar com buzinadelas e com os máximos na cara?!?!?

É que as buzinas assustam, parvalhões de merda!!!

É só um par de seios a abanar, it's not a big deal!! xiiiiiçaaa!!

...
(vou tomar banho a ver se isto me passa...)

vida de campo

Os meus Pais vivem no campo.
Ainda têm a sua casa em Lisboa que a visitam sempre que têm consulta no médico. Fora isso.. lá está a ganhar pó e a desvalorizar.

De tempos a tempos visito os meus Pais.
Que vivem no campo.

Chego lá, grande festa, muitas saudades, como-vais-filha-estás-boazinha, está-tudo-bem-e-com-vocês, por-aqui-está-tudo-na-mesma e... assim é.

A minha Mãe faz as minhas comidas preferidas. Aquelas que não faço em casa: frango frito e pataniscas de bacalhau.
Ah, e sobremesas. Muitas!
E claro, não posso deixar restos. E claro, vai-se queixar que tem de andar a semana toda a comer as sobremesas que fez e eu não comi.
"Mãe, não comi porque fizeste sobremesas para um batalhão, só isso. Mas levo para casa e como durante a semana sim?...pois, na realidade, não.

Nesse fim-de-semana, os meus Pais fazem tudo para me sentir bem. Se for preciso, a minha Mãe leva-me o pequeno-almoço à cama (eu é que não deixo) e o meu Pai só faz barulho com o tractor depois das 8:30 (tendo em conta que está acordado desde as 6:00...admiro o esforço!).

E pomos as novidades em dia, claro está: a vizinha já matou os coelhos, estão a construir uma casa no monte acima, a mercearia não tem a manteiga que eu gosto, o meu Pai andou constipado mas agora está melhorzinho. E isto com a minha Mãe sempre de um lado para outro. Incansável. Com a comida, e a roupa, e os animais, e regar as flores, e a carrinha da fruta, e o bolo para vizinha, e o petisco-para-o-teu-Pai-levar-para-os-amigos-da-sueca. Sempre com um sorriso.

Visitar os meus Pais é mesmo como passar um fim-de-semana no campo. Depois de sentires a calma, de respirares fundo o ar puro... sentes vontade de voltar ao corre-corre da cidade.

sapato à tigresa

Hoje pedi uns sapatos emprestados a uma amiga minha para levar a um baptizado. Perguntei-lhe simplesmente se tinha alguns que ficassem bem com um vestido castanho...
Ora a rapariga (das pessoas mais generosas que conheço) aparece-me cá em casa com uns meros 6 pares de sapatos e bolsas, com as marcas, preços, o número de vezes que usou e as alturas do ano em que os comprou de cor e salteado!

Os primeiros que me mostrou... foi amor à primeira vista!


Os seguintes, são a minha segunda opção. O estilo é mais clássico, e portanto faz mais o meu género e aquilo a que estou habituada.


O que achas amiga?
Agora tenho de decidir. Tudo dependerá de como me sentir no sábado, dia do baptizado: se gRRRaaUUu se miAAauUUu....

são patos senhora, são patos

Comentário da D, ao passarmos de carro pela praia de Carcavelos, num dia em que as ondas - dizem os especialistas - estavam boas para a prática do surf:

- ena Mamã...tantos patos!!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Conversas com a M no carro

- Sabes mamã, estes chinelos já me estão bons, já estão a chegar o pé-coxinho! - diz-me enquanto aponta para as havaianas cor-de-rosa.

- M., essa parte do pé chama-se CALCANHAR.

Em casa

Na segunda-feira fiquei em casa, desta vez não fiquei a tomar conta de nenhum dos miúdos, desta vez foi por me ter dado uma enxaqueca monumental que ainda hoje não estou a 100%.
Já não acontecem com a mesma frequência com que as tinha na faculdade (remember?) e mesmo depois dos filhos, as safadas não desapareceram por completo para espanto do neurologista que me acompanha. Tenho medicação SOS e de profilaxia, mas mesmo assim não escapo a ficar de molho de vez em quando. Enfim …

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

toma e embrulha

Em casa da minha irmã, a brincar com o primo passa a D com um boneco de peluche, e eu pergunto:

- o que levas aí filhota?
- é um papagaio..
- ah, que giro. E como se chama?
- é o João...
- João? Mas João é nome de menino. Tens de lhe arranjar um nome de animal..
- ah... então é Bisonte!
- ...

sábado, 18 de setembro de 2010

cores de um pintor

Cerejinha, já te disse que ando a pintar a casa?
Pois é; contratei um pintor recomendado por uma amiga minha e por acaso faz um trabalhinho muito perfeito.
Leva um bocadito caro mas no final vê-se que é um trabalho de qualidade.

Já te contei certo?

E que tem 1,90m?
E por acaso já comentei que tem uns olhos verdes?
Hoje fez imenso calor e ele pediu para tirar a t-shirt.. e eu deixei...
E .. pronto, como usa roupa de trabalho as calças de ganga estão todas rasgadas... principalmente, atrás e dá para ver as boxers..são daquelas justinhas...

Pronto, era só mesmo para confirmar que já te tinha contado que ando a pintar a casa..

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Perguntas difíceis

Quando o M. tinha 4 anos perguntou-me se também podia namorar com meninos ou só com meninas e eu respondi-lhe que sim, pode namorar com quem quiser e a conversa ficou por aí.

Todas as pessoas a quem contei este episódio na altura me "caíram em cima", como se a minha resposta condicionasse a orientação sexual do meu filho.
E se fosse homossexual? Qual era o problema?

Eu tenho tentado responder apenas ao que me é perguntado sem entrar em muitos detalhes, mas digo sempre a verdade. Têm de contar connosco para lhes dizermos sempre a verdade, certo?

Não percebo qual é o problema que todos parecem ter com esta questão.

Os nossos filhos vivem num mundo em que a informação lhes entra pelos olhos a dentro, de que serve tapar o sol com a peneira? Acham mesmo que não vão descobrir muito mais cedo do que nós o fizemos, que a homossexualidade existe e que é apenas uma das opções?
Não se diz que não podemos gostar todos do amarelo, que seriam das outras cores?

Eu não percebo também como é que essas mesmas pessoas acham que se deve alertar as crianças para os perigos de serem raptados e da pedofilia, mas um assunto muito mais natural como a homossexualidade, não?

Eu não percebo.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

ode ao piropo

Olha.. já a algum tempo que não ouvia um bom piropo! daqueles que nos fazem sorrir, sabes? respeitosos mas suficientemente eloquentes para nos lembrar que afinal ainda somos...alvo de reparo, vá!

Desconfio que se o porreirinho tivesse olhado com atenção teria pensado duas vezes... mas enfim, lá ouvi e soube-me que nem ginjas!
E todas (e todos) nós sabemos o impacto que uma frase pode ter na nossa vida: se te sentes em baixo, um "gorda" ou "sais ao teu pai" pode ser decisivo para o dia seguinte não quereres sair de casa - se não se tornar num problema maior - mas por outro lado, um "ainda dizem que as flores não andam" - ou algo semelhante - funciona como um refresh ao teu ego e confiança, não há duvida!

Mas não achas que esta prática em Portugal anda a cair em desuso?

É claro que não é preciso saíres à rua e seres assediada como se atravessasses uma obra e não houvesse o amanhã mas, um olhar penetrante e simpático, um "bom dia bela principessa"..é saudável pá!

Por isso, este post é dedicado a todos os homens que têm a coragem de se fazerem ouvir e de piropar, que não receando um "vai dar banho ao cão" chegam-se à frente e fazem a mulher sentir-se uma deusa!

Vasco, este post é para ti! obrigada!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

eles dormem juntos?

Acho que já te contei que tenho um casal de amigos gay certo?
Gosto imenso deles!! O meu amigo (do peito, sério! e com quem posso sempre contar) e o namorado que é uma jóia de pessoa, inteligente e super sensível!

Ora a D no outro dia, perguntou-me se eles dormiam juntos e eu ... lá está.. nunca lhe menti nem com merdices "sim, filha sabe a peixe mas come que é carne..." e também não seria naquele momento que começaria. Então "sim, dormem juntos, porquê?".. mas daquela cabecinha não veio mais nenhuma pergunta e eu também me fiquei por ali.

Ainda pensei se não deveria explorar mais o tema ou insistir na pergunta mas ela tem o seu tempo e as questões surgirão naturalmente caso lhe façam confusão.
Já lhe expliquei que só pode ter namoradO e não namoradA mas se vou explicar que os nossos amigos podem... bem, faz-me todo o sentido que ela se defenda com um "não é justo mamã" como faz muitas vezes.

Então pronto... agir com naturalidade e estar sempre receptiva a conversar e a responder às suas questões parece-me a melhor receita.



Já no outro dia, quando a levava a pé para a escola, ela apontou-me para um casal hetero com a filha e disse-me que "olha Mamã aquele Papá ainda não se separou da Mamã"...
Pá... não resisti e disse uma treta qualquer como "pois é filha, é um bom Papá"... (eu sei, não me digas nada)... e em forma de desculpa, acrescentei..."ainda bem para aquela menina que tem o Pai e Mãe juntos"... (foi pior a ementa que o cianeto, eu sei)...

Confesso-te que não lhe consegui de facto explicar que o seu Papá não é um mau Papá por ter optado pelo divórcio....porque ainda não acredito nisso - no nosso caso, atenção, que tinhamos um bom ambiente familiar porque anda por aí cada burjeço!!!
Mas perguntei-lhe se ela ficava triste por ir apenas comigo ao que respondeu "não Mamã que eu gosto muito de tiiii".... :)

há aqueles dias...

É que há aqueles dias que não sei o que vestir!! E isto não tem nada a ver com a metereologia! ou também mas é de todos os factores o menos importante.
Temos aquela roupa que nos faz sentir magras e elegantes; ou a outra que é diferente e com a qual marcamos uma posição; aquele modelito que não aquece nem arrefece e ninguém dá por ele... ou o tal vestido guardado para ocasiões especiais! mas o que vestir naqueles dias em que não te apetece sair de casa, porra?!?

É que parece uma cena fútil mas na realidade, estás à frente do armário e tens de tomar uma decisão! e por muito que estejas na onda do baldas... continuas a ter que tomar uma decisão!

É um dia em que não tens um almoço agendado com aquele que queres impressionar (mas como quem não quer a coisa), nem uma reunião de negócios, depois de saíres não vais beber com um copo com as amigas... é apenas mais um dia em que fazes o frete de pegares em ti, meteres-te no carro, dizes bom dia ao pessoal... e concentras-te ao máximo no que tens de fazer sem olhares de 5 em 5 minutos para o relógio (que tem a particularidade de estar sempre presente e bem à mostra no canto inferior direito do teu portátil...)

Caso seja casual day sempre tens as push-up da Salsa que desde que foram inventadas não há mais nenhuma que te fique tão bem mas.... lá está... é tão previsível... argrghhhh

(Cerejinha, não fiques impressionada com a qualidade da escrita nem com o nível de interesse deste tópico...pois que não vai ser sempre assim...;)...)