terça-feira, 28 de setembro de 2010

mergulho

Hoje recebi um e-mail muito especial. Avisaram-me que assim seria e de facto, assim foi.
Especial porque expressa um tormento de sentimentos e emoções intimas vindos de uma pessoa, que apesar de não me ser muito próxima, tem-se vindo a aproximar.

Logo hoje que te queria falar de um amigo meu e da sua erecção que chega ao umbigo, que tive o prazer de constatar, acabo por ter o pensamento e o coração ocupados com o e-mail que recebi.

A problemática não é original e atinge-nos a todos, mais dia menos dia. O que fazemos depende da nossa personalidade, das experiências que nos moldaram, da educação que os nossos pais nos deram e, basicamente do nosso carácter.

Acredito que a honestidade é o pilar de qualquer relação e, cliché ou não, certamente que concordarás comigo; quer seja entre amigos, entre amantes, entre pais e filhos, inclusive entre relação prestador-de-serviço e cliente. No entanto, por vezes, por muito que sejas honesta a mensagem não é totalmente compreendida; ou porque o emissor não se expressou da melhor forma e o cuidado de não magoar, alterou o sentido e o objectivo da mensagem, ou porque o receptor - não sendo de todo burro - guarda, no seu intimo, um desejo, uma esperança que a coisa se transforme e que o outro acabe por mudar.

O meu amigo, que escreveu o e-mail especial, não está preparado para se entregar numa relação. E isto, é um facto.
Posto isto, e não obstante, resta dizer que iniciou uma relação (e por relação entenda-se amizade, proximidade, sexo, foda - é diferente da anterior, paixão, namoro, whatever) com uma pessoa que está livre ou ansiosa de se relacionar com ele.
Isto, assusta.
Claro.

Mas então o que fazer?
Abordar a rapariga e dizer-lhe "tem calma, não me telefones, eu telefono" e deixar passar uns dias para perceber melhor o que se passa? É certo que esses dias vão provocar dor na dita mas pode ser o suficiente para arrefecer a coisa... Na minha opinião? Não se faz!

Aproveitar a dádiva, de ter uma amiga ou uma boa foda (se for o caso), descontrair e aproveitar o máximo que se possa, não revelando os seus receios, até que um dia se perceba afinal o que se quer? Na minha opinião? É cruel; dá-lhe a ilusão que estão a viver um grande amor, permite que ela se entregue e na realidade, qualquer dia pode sair fora, sem aviso prévio; não o faças!

Então.. e porque não me ocorre mais nenhum cenário, volto ao pilar da relação: honestidade. Na minha opinião? (e atenção que as opiniões valem zero!!!) Falar com ela. Explicar-lhe que tem de perceber as suas emoções, os seus receios; que traz bagagem; que este novo caminho ainda não o percorre totalmente seguro de o querer fazer; que pode eventualmente querer voltar atrás ou mudar de percurso; que entende o potencial da relação, que se sente grato pelo carinho e entrega manifestadas mas a desilusão ainda o acompanha, apesar de resolvida; que se sente condicionado pela dor passada e que isso condiciona a sua própria entrega; que, caso ela esteja disposta a aceitar e a arriscar, será uma relação desequilibrada; em suma, conversar com ela.
É verdade que no fundo, apesar de as suas palavras serem totalmente compreensíveis, ela pode acreditar que com o tempo e o amor que está disposta a dar, que ele pode mudar. E sabes? isso pode realmente acontecer; se assim for, ficarei contente por ele; senão, e se ele ficar bem, também ficarei contente por ele. O importante, e que ninguém lhe tira, foi ter sido honesto com ela; não simplesmente sincero, honesto!

De uma forma ou outra, what really matters é olharmo-nos ao espelho, percorrermos o nosso rosto com o olhar, adivinharmos a alma que guardamos e sentirmos orgulho de quem somos.

2 comentários:

  1. Para mim a honestidade é sempre o melhor(único) caminho, não só porque nos liberta(desabafo) de certa forma, mas principalmente porque não sufoca(prende) a outra pessoa pelo silêncio e a condiciona.

    E porque afinal de contas no mundo em que vivemos a única "verdadeira" liberdade que realmente possuímos é liberdade da escolha(livre-arbítrio), de optar por um caminho, seja ele qual for!

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  2. Concordo...

    ...agora resta saber até que ponto as pessoas são honestas consigo próprias... porque só assim conseguirão ser honestas com os que as rodeiam!


    :)

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