segunda-feira, 4 de abril de 2011

Mãezite aguda

Ontem fui atingida por um tremendo ataque de mãezite aguda.
Como não tínhamos com quem deixar os miúdos e a prova disponibilizou um serviço de babysitting, decidimos levá-los connosco.
O problema é que eu não os consegui deixar lá, não fiquei tranquila com a situação.
Deixei-os e voltei para trás várias vezes.

Íamos fazer provas de distâncias diferentes que neste caso tinham partidas diferentes e o V. lá se foi embora descansado enquanto eu fiquei ali dividida entre a vontade de fazer a prova e a minha incapacidade de os deixar ali com aquela estranha.
Sabendo eu que os ia deixar ali não por 5 min, mas no mínimo durante 3 horas ainda tornava a decisão mais difícil.
O M. perguntou-me várias vezes “ Tu não vais, pois não? Tens a perna magoada. Tu não vais.”

Acabei por deixar passar a minha partida e ficar com eles, mas não foi uma decisão fácil e mesmo depois de a ter tomado, demorei a aceitá-la a 100%.

Como não poderia deixar de ser fiquei a matutar sobre esta parte da maternidade.
Sempre que oiço falar de mulheres que a partir de certa altura se vêm sozinhas com os filhos enquanto que os pais continuam com tempo para o ginásio, para os hobbys e para os amigos e penso sempre que a culpa é das mulheres, a culpa é nossa.
Nós é que ficamos com as prioridades invertidas assim que somos mães.
Já dei por mim nessa situação e a ficar ressentida quando percebi que o V. continuava a ter tempo para fazer desporto e eu não.
Quando refilei, a resposta foi “ Não fazes porque não queres” e tinha razão, de facto eu é que fiz essas escolhas.
Só dependia de mim mudar e pouco e pouco comecei também a fazer algumas coisas só para mim mesma, voltei ao ginásio com regularidade, comecei a correr e acho que ganhamos todos com isso.

Isto é tudo muito bonito, mas de vez em quando a Cereja-mãe sobrepõe-se a tudo e a todos, como aconteceu ontem.
Não gostei de desistir, fiquei um bocadinho desiludida comigo mesma porque já estava mentalizada para fazer a prova sozinha.
Não faz mal, umas vezes ganha uma, outras vezes ganha a outra, desde que continuem a coexistir, por mim está tudo bem.

2 comentários:

  1. Gostava de deixar um comentario, mas como nao sou mae acho que nao tenho esse direito. No entanto, nao resisto ;P. Nunca te esqueças da Cereja Mulher ela precisa de ti, tal como o resto da familia. Alimenta-a, deixa-a feliz, porque quando estas feliz, fazes os outros felizes ;). Beijos

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  2. Olá Amiga...
    Como eu te entendo... Mas a mana tem razão.
    Apesar de me dar muitos desses ataques... então de há uns aninhos para cá!

    Um beijinho grande,
    susana

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