domingo, 10 de outubro de 2010

atta colombica

Tenho o terraço cheio de formigas aladas.
Depois das primeiras chuvas do Outono, todos os anos, tenho este fenómeno a acontecer tão perto de mim.
A D que pinta com os pincéis tem receio de ir lá fora e deixar os desenhos a secar porque quando era mais pequenina foi mordida por uma formiga soldado e até hoje guarda esse susto.
A formiga rainha, consideravelmente maior que as outras, acasala com um macho que depois de cumprir o seu dever morre, e ela tem de encontrar um local para criar a sua nova colónia.

Estes factos não se coadunam com uma história romântica, uma vez que a actriz principal fica sozinha a tomar conta dos filhos que o macho lhe fecundou no vôo nupcial. Ao longo dos anos vai engordar, ganhar celulite e a pele tornar-se-á flácida de tanto procriar larvas!!
Vai-lhe nascer o buço, ninguém lhe arranja as sobrancelhas e a raiz do cabelo já branca estender-se-á por todo o cabelo.

Os filhos acabam por se educar uns aos outros e falam com saudade de um Pai que nunca conheceram. Só quando chegam a adultos, dão valor ao sacrifício que os Pais fizeram e se apercebem que a Mãe teve um único amor na sua vida que até hoje guarda no coração.

Há animais assim, com um único amor na sua vida, mas o Homem não é um deles. Crescemos, aprendemos e procuramos sempre encontrar outro companheiro que nos realize mais, ame mais, seja capaz de fazer mais por nós e dar mais, muito mais.

Sacana do bicho que deve andar por aí muito bem escondido porque eu ainda não o encontrei!! Vou fazer como a formiga, ganhar asas e procurar na floresta ao lado. Só espero que ao cabrão depois de me comer não lhe dê um fanico!

2 comentários:

  1. Esperemos que o cabrão seja resistente e te tente fecundar muitas vezes... com o teu consentimento, obviamente!
    ;)



    Mas julgo que não nos devamos realizar através de outra pessoa... companheiro, companheira, filho, filha, ou seja quem for. Devemo-nos realizar por nós próprios e pelo que somos e desejamos... pelo que sentimos cá dentro, pelo que temos no nosso íntimo, sejam "qualidades" ou "defeitos" (as aspas não estão aqui por acaso!).

    As pessoas que fazem parte de toda essa realização pessoal são pilares, companheiros de viagem, participantes activos no processo, elementos catalizadores, mas não os agentes da realização, da concretização desse processo. São externos à nossa pessoa, ao nosso ser, e por isso deles não depende a nossa realização, nem a nossa felicidade, nem o nosso propósito. São parte dela, no todo ou apenas de uma parte...

    São essenciais, sim... e proporcionam muito prazer, e são cúmplices no nosso processo, na nossa mudança, no nosso crescimento, na nossa felicidade e realização, assim como somos nos deles.

    Nada é eterno, nada permanece igual, tudo muda... é inevitável! E por isso há que encarar a mudança com optimismo e aceitá-la tal como é... e continuar a realizar a nossa felicidade... nossa, pessoal, íntima... e se possivel partilhá-la com quem mais gostamos a cada dia e com quem nos sentimos bem.

    Dizer e permitir sentir-se livremente... viver o que se sente... arriscar... ir em frente, sem pensar "e se" ou "mas amanhã como será" ou "quero voltar ao ontém"...

    O tempo é demasiado escasso para nos perdermos com incógnitas... e os acontecimentos demasiado imprevisiveis para nos fazermos depender do que não somos.

    Somos perfeitos como somos, e devemos ser felizes como tal.


    Como é que era aquela frase?
    “O passado é história, o futuro é mistério, o presente é uma dádiva e por isso se chama presente”

    Tudo o resto surgirá naturalmente.

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  2. ...acho que me perdi um pouco no texto anterior, mas pronto... já foi.
    :P

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